quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

silêncio

à noite, os acordes me acordam,
sem um acordo tácito...
tenho os dedos flácidos
e a mente em ebulição.
no apagar das luzes,
a granada que explode
não retumba,
tem um eco seco,
uma sonoridade muda,
que me muda, me transporta
e abre uma porta
para as janelas que fechei.
é no silêncio que se gera
e que se estabelecem os vínculos.
esse silêncio
que também é fazer poético,
poesia em estado bruto,
onde desvinculo os círculos,
poesia para lapidar
em silêncio.
à noite, o silêncio me acorda...

I.R.